Na última semana, graças a um convite feito pelo meu primo poeta João Batista de Melo Neto, vulgo JBMN, participei de um programa chamado “Diálogos”, na rede Cultura Alternativa, que é um complexo jornalístico que trabalha basicamente com cultura e turismo. É uma mídia que tem um bom número de seguidores e frequentadores do espaço comandado pelo jornalista Anand Rao.
Afora esse detalhe, eu tenho uma certa inépcia para entrevistas. Há algumas primaveras, participando da Feira do Livro de Porto Alegre, fui chamado pelo pessoal da Rádio UFRGS para uma entrevista sobre o livro que lançava naquele momento, o “Antes da última queda”. O jornalista que falou comigo disse que havia um roteiro simples, o qual me foi passado e, assim, estruturei algumas respostas. Ao iniciarem as perguntas, tudo correu tranquilamente: pergunta vinha, resposta dada; pergunta vinha, resposta dada. No entanto, ele resolveu questionar sobre produção que não estava no script. Dá erro: eu posso saber o que responder, mas me enrolo até não poder mais.
Pois na conversa com o Anand Rao e mais dois escritores presentes, a proposta era discutir sobre coisas que fossem citadas por nós no decorrer de apresentação, em que falaríamos sobre nossas vidas profissionais e literárias. Pronto: prato cheio para a a enrolação. Mas tudo bem, eu já estava lá e faria a participação de qualquer forma. Então o pessoal se apresentou, falei sobre mim e a primeira pergunta do arguidor foi sobre o ato de ensinar, graças ao que falei sobre ser professor. Desenvolvi tranquilamente, mediante o contexto exposto por ele, somando algumas coisas que os colegas mencionaram. Até aí tudo certo. Acho que o mais complicado é tu trazeres ideias sobre coisas que não são tão cotidianas para si, como foi o caso de um questionamento sobre a arte da pintura. Aproveitei para emendar com as capas de livros e suas artes, mas deu para ver que não era exatamente sobre o que se abordou no decorrer do encontro.
Em suma, sou uma pessoa que ainda precisa de roteiro, apesar de encontrar subterfúgios para tais exposições. Esse negócio de dar entrevista, para mim, é o mesmo que vender meu material: não sou um especialista. Entretanto é necessário que tenhamos esses momentos de exposição, a fim de que nos conheçam e saibam um pouco sobre nosso trabalho, nossa vida literária. Só que ainda preciso evoluir um pouco mais.
Caso não tenhas visto a entrevista, segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=Od1fj0PbY60