De rímel e salto

No auge das minhas velhas passadas

– Tão largas quanto o tempo carregado –

Estão os desejos para algum agrado

Que não moram nestas calçadas.

Se meu salto caminha sem contato

Que a vida insiste em me colocar,

Meu rosto avança e corta o ar,

E o rímel ainda sai quase intacto.

Eu sou força entre os problemas daqui.

Eu sou alma que foge do conceito

De que a vida é puramente defeito…

Meu corpo é aquilo que sou por aí…

Aquilo que dizes pelas minhas costas,

Mas também o que pela tez não mostras.

(BONEZ, Lucas de Melo. Antes da última queda. Porto Alegre: Metamorfose, 2017. p.75)

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